quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Laços de gratidão

"E um deles, vendo que estava são voltou glorificando a Deus em alta voz. E caiu aos seus pés, com rosto em terra, dando-lhes graças; e este era samaritano." Lc 17:15,16

Uma das virtudes que nos amarra ao Senhor é a gratidão. Aquele que reconhece o valor da graça alcançada, da benção imerecida, da dívida paga, não esmera-se de agradecer. Não retém o louvor, antes derrama-se constrangido diante de tamanha benevolência, e constantemente busca agradar àquele que devolveu o sentido de sua existência.
O que é grato sabe que por mais que faça nunca poderá recompensar seu abençoador. Entende que o mínimo a ser feito é entregar no altar seus melhores dias, seus sonhos e planos não tendo sua vida por preciosa. E descobre que ao se doar acaba recebendo ainda mais do que deu. Ao colocar-se no altar recebe o privilégio de usufruir da presença de um Deus zeloso, amoroso e fiel. Tem o prazer de tornar-se instrumento de honra. Desenvolve uma maravilhosa intimidade com o Pai de amor, deixando-se sondar passa a conhecer segredos revelados apenas aqueles que dispõem-se a este nível de relacionamento.
Mas há aquele que não desenvolve gratidão, que não reconhece o favor recebido como imerecido, ou que até mesmo reconhece seu imerecimento, no entanto isenta-se de atos de gratidão. Sua busca é interesseira, procura apenas suprir suas necessidades. Condiciona sua fidelidade, logo se cansa da obra, a faz relaxadamente e facilmente a abandona. Não é incômoda a ausência do mover do Espírito santo em sua vida. Esse prefere usufruir do efêmero, como os que não tem conhecimento algum do plano eterno de Deus para os que buscam primeiramente o seu reino. Priva-se de vivenciar o fluir da glória que nos inunda ao nos apresentarmos diante do Trono com louvores e ações de graça, quando nos colocamos como sacrifício vivo diante do Senhor.
Que sejamos achados como aquele leproso que ao receber a cura voltou-se ao Senhor, glorificou em alta voz e rendido aos seus pés deu graças em adoração. Que o reconhecimento da grandiosidade do nosso Deus e de sua incalculável benevolência nos faça atentar para a magnitude de sua benção sobre nossa vida e nos amarre a ele com laços de gratidão.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Bons samaritanos?

"Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado.E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele." Lc 10:30-34 

Ao nos depararmos com a parábola do bom samaritano de imediato nos indignamos com a atitude do sacerdote e do levita que de largo olharam e desprezaram ao homem caído, machucado e mais do que necessitado, dando então prosseguimento aos seus trajetos. Vibramos com a lição dada por Jesus ao perito da lei ao evidenciarmos sua reprovação à postura adotada por homens que deveriam ser extensão do amor de Deus no acolher e no amor ao próximo. Ovacionamos ao samaritano que apesar de reprovado pelo senso religioso da época, fora aprovado pelo mestre que se detém nas intenções do coração e não em meras declarações ou máscaras religiosas que servem apenas para encobrir o que de fato existe no íntimo. Ah! Como desejamos ser achados como bons samaritanos! Mas até quando nos auto defraudaremos ao buscarmos convencer-nos de que nos assemelhamos ao samaritano enquanto nossos atos diários, muitas vezes despercebidos ou respaldados em pura religiosidade, nos dizem o contrário, remetendo-nos à semelhança daqueles que foram reprovados por Jesus? Chega de passarmos de largo enquanto vemos a vida do nosso irmão esvair-se na sequidão, enquanto nos eximimos de apresentar a água da vida. Deixemos de ser insensíveis para com as feridas da alma que assolam a muitos que nos rodeiam. É hora de nos opormos aos saqueamentos que o inferno tem realizado na vida do nosso próximo. Precisamos ter fome e sede de justiça e clamarmos ao justo Juiz em prol do outro.
A palavra de despertamento é: não vos conformeis com este século, não vos amoldeis! Somos desafiados pelo Senhor a olharmos para fora de nós mesmos, enxergarmos a dor do outro, senti-la e fazermos algo a respeito. Está mais do que na hora de estendermos as mãos e passarmos a viver um verdadeiro cristianismo. Ele deseja mais do que belos discursos decorados, deseja ver nossa fé em obras.